Neste registo de quem se ausenta de um lugar físico e pedagógico, não há espaço para questões de políticas educativas, por muito importantes que sejam e enformem as nossas práticas. Hoje, só quero dar lugar às emoções que pautaram o meu quotidiano docente.

Estou ao lado de quem reconhece a Escola como um dos mais belos lugares do mundo. Exagerado? Parece, sim, mas faz sentido. Foi, sem dúvida, um privilégio ser professora, tocar tantos futuros, exercer a profissão, cuja tarefa fundamental deve ser ensinar ou “dar a ver”, tentando alargar os nossos olhares, balizados entre raízes e asas.

Quem ensina liberta. O que pode haver de mais bonito?

Setembro foi sempre aquele mês em que todas as escolas são jovens, foi o mês dos recomeços, das expectativas, do cheiro dos livros novos. E tudo era novo.

Tive muita sorte com as alunas e alunos que me foram confiados. Agradeço a todos, aos docentes, funcionários e comunidade educativa que, ao longo de tantos anos, comigo cruzaram as suas vidas.

Ouvi muitas vezes: “que seja feliz...” e “muitas felicidades...”.

A quem expressou tais votos, gostava de lhes fazer a vontade e dizer que espero que os próximos setembros, mesmo que não amadureçam os mesmos frutos, me tragam as memórias de um bonito jardim. 

Fátima de Amaral Cabral